sexta-feira, 27 de abril de 2018

Ecos Imateriais | Nós e os Outros


Imagem: melhorestima.com

 Uma bela reflexão, de autoria desconhecida, enviada pelo amigo Carlos Sá, de Brasília... 

Você sabia?  
Que seu NASCIMENTO foi através de Outros;
Seus primeiros BANHOS foram dados por Outros; 
Seu NOME foi dado por Outros; 
Você foi EDUCADO por Outros; 
A sua RENDA, ainda que indiretamente, vem por meio de Outros; 
A limpeza das ruas, a retirada do lixo, a construção de seu apartamento e, muitas vezes, a limpeza de sua casa e sua comida....Sabia que tudo isso é feito por outros?
Se você quer se DIVERTIR, ou faz uma viagem, se vai a um show, ao cinema, teatro, restaurante, estádio, são os Outros que irão entretê-lo, ajudá-lo, ou servi-lo;
Quando você ADOECE é cuidado por Outros;
O RESPEITO a si é dado por Outros;
Seu ÚLTIMO BANHO será dado por Outros; 
O seu FUNERAL será realizado por Outros; 
E os seus PERTENCES e PROPRIEDADES serão herdados por Outros.

Então, questiono-me por que motivo permitimos que nosso EGO, nosso TEMPO, nossa CARREIRA, nosso DINHEIRO e nossas CRENÇAS menosprezem o valor dos OUTROS. 
Já passou da hora de nos tornarmos mais amorosos, mais humildes e vivermos pacificamente com os OUTROS; 
Porque, gostem ou não, acreditem nisso ou não, nesta vida precisamos uns dos outros, o tempo todo. 
Exercitemos, então, a gratidão com o próximo.  
Cada um de nós é O OUTRO DO OUTRO. Vamos cuidar uns dos outros!
Lembre-se: em tudo, eu e você precisamos UM DO OUTRO!

domingo, 22 de abril de 2018

Ecos Humanos | Abaixo as atitudes machistas

Imagem: wmcurrent.com

Há dois anos, publiquei aqui o post Coletivo contra atitudes machistas. É simplesmente inacreditável, e muito triste, constatar que atitudes dessa ordem continuem acontecendo, nas mais variadas esferas. Um premiado arquiteto norte-americano, ganhador do prêmio Pritzker, dono de um respeitável currículo mundial e famoso pelo uso da cor branca em seus projetos, foi acusado de assédio sexual por várias mulheres. A informação surgiu em vários veículos de comunicação da grande mídia, o que, por si só, não é garantia de verdade. Foi acusado, mas não há um veredito final e, portanto, deve-se respeitar a presunção de inocência do envolvido. 

Assim, sem querer aqui julgar o arquiteto culpado ou inocente, vale registrar que esse tipo de denúncia tem sido levado cada vez mais a sério, chegando mesmo a gerar consequências de impacto seja no aspecto pessoal ou no profissional, conforme salienta a arquiteta Ana Gabriela G. Lima. Após as denúncias recebidas, entidades abortaram ações que estavam em curso: o Instituto de Arquitetos de Nova York cancelou o prêmio Design 2018 que seria entregue a ele; a Sotheby’s interrompeu uma exposição centrada no trabalho do arquiteto; a Universidade de Cornell desistiu de nomeá-lo diretor de seu Departamento de Arquitetura e a Liga de Arquitetura anunciou que irá revogar seu status de membro vitalício. O teor do comunicado da The Architecture League pode ser lido aqui.

De qualquer forma, é preciso aguardar as apurações dos graves fatos atribuídos ao arquiteto. Sejam eles comprovados ou não, é triste e doloroso constatar que isso ainda possa ocorrer nos tempos atuais, mas vale salientar também que decisões como as das entidades acima servem para enfraquecer e inibir tais ações, ainda vistas como naturais por tantos indivíduos em diferentes âmbitos. 
Não importa se é o nome é José ou João; se é Dick or Will; se é Pierre ou Piero. Não importam os cargos, as funções, os papéis de cada um. O importante é que ética e respeito devem reger as relações pessoais, sociais e profissionais dos indivíduos, em qualquer ambiente.
Imagem: Conexão Urbana
Referências:

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Ecos Literários | Incômodo conto


Há alguns anos, conheci a varginhense Cyntia Beltrão, desde seus tempos de jovem estudante, quando nos reuníamos para estudar as obras de Allan Kardec, codificador da doutrina espírita. Era sempre das mais atentas e ativas participantes do grupo, com opiniões firmes, corajosas que denotavam perspicácia, um atilado senso de observação e raciocínio rápido, muito rápido. Não deu outra. A cidade ficou pequena demais para ela. Mudou-se para BH, fez-se psicóloga, feminista, escritora, mãe e ativista pelos direitos dos autistas, devido a circunstâncias da  vida.  

Seu primeiro trabalho editorial é um motivo para celebrar as novas e promissoras vozes da nossa literatura. Incômodo Conto traz crônicas do cotidiano com uma boa dose de realismo fantástico. Seus escritos trazem mulheres fortes em atitudes comezinhas, a princípio, como gostar de ler ou de tomar café, trabalhar.... Despertam interesse, fazem rir e depois causam estranheza; aos poucos, incomodam, apertam, questionam e constrangem o leitor. Uma coisa de cada vez; ou tudo ao mesmo tempo. Murilo Rubião teria gostado muito de seus contos, tenho certeza.  Aliás, acho que ele foi uma de suas inspirações mais fortes, como também devem ter sido Gabriel Garcia Marques, Kafka e outros mais.

Mas por que escritora?  Cyntia sempre escreveu, mas resolveu publicar porque não sabe dançar tango. É o que diz o ótimo texto da orelha da contracapa... Perfeito. Não se pode querer tudo, quem escreve com aquela facilidade, com aquele domínio da linguagem, das ideias e das palavras não pode querer dançar tango... Aí, convenhamos, já seria covardia.

Dentre todos eles – sim, li o livro todo, porque, simplesmente, não consigo expressar alguma opinião sobre um texto ou livro sem lê-lo de cabo a rabo –, o conto que mais me tocou talvez seja o menos fantástico deles. Intitula-se Lama e narra o drama vivido por uma cadelinha em recente e trágica calamidade ecológica ocorrida nas terras mineiras. Dessas tragédias estupidamente reais, detestáveis, sofridas e absurdas, mas que ainda permanecem impunes, sem solução e sem penalizar os responsáveis.  Vários outros contos me instigaram, uns mais, outros menos, mas Lama me deixou sem fala e me mostrou a imensa capacidade da nossa nova escritora. 

Parabéns Cyntia! Que venham outras crônicas e outros contos, incômodos ou não, mas que venham certeiros.

Incômodo conto
Cyntia Beltrão
Belo Horizonte: Quintal Edições, 2017. 
www.quintaledicoes.com.br 
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