domingo, 28 de maio de 2017

Ecos Linguísticos | VIII Congresso de Tradutores

Cerimônia de encerramento. Destaque para o trabalho brilhante dos intérpretes de Libras. Foto: Anita Di Marco  
Rumo ao Infinito foi o tema do VIII Congresso Internacional de Tradução e Interpretação, promovido pela Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes - Abrates, neste último final de semana. O  professor e historiador Leandro Karnal, que já foi professor de Tradução, foi o palestrante convidado para abrir o evento, na noite de quinta-feira. Como de praxe, sua palestra foi rica em conteúdo e material para reflexão. Entre tantas observações, reforçou o papel das traduções e dos tradutores - criar pontes, em um mundo cada vez mais cheio de muros. 

Foto: Anita Di Marco
A partir de sexta, o usual de um congresso: cenário propício para reencontros entre velhos amigos e colegas de profissão, novos conhecimentos e aprendizados, novas perspectivas e reflexões. O problema maior acabou ficando na incapacidade de assistir a todas as palestras - uma centena delas, em dois (quase três) dias de intensas atividades. Clones teriam sido muito bem-vindos.
 Mesa redonda com o tema Tradução, edição, revisão: colaboração e embates.  Editor executivo da Nova Aguilar,  Jiro Takahashi; Tradutor Petê Rissati, Preparadora Editorial Ibraíma da Fonte Tavares  e André Conti, da Editora Todavia.Foto: Anita Di Marco
Com Cátia Franco de Santana (do Tradusa), tradutora e amiga de muitos cursos e eventos da área.
Novas e velhas conhecidas, novas amigas tradutoras e colegas de profissão. Uma festa que reuniu profissionais e estudantes do Brasil, da América Latina, de Cuba, dos Estados Unidos... Grande evento.

Como aquecimento já no primeiro dia, quinta-feira, um passeio ao Centro de São Paulo permitiu que os participantes interessados conhecessem grandes marcos da história e da arquitetura paulistana. Coordenado pela paulistaníssima tradutora Isabel Vidigal, o passeio foi longo para um dia só, mas curto pela quantidade de lugares não visitados.  De qualquer forma,   extremamente agradável sobretudo para quem, como eu, já percorreu essas ruas e becos, tantas e tantas vezes. Recordar é viver. Duas vezes. 
Catedral da Sé. Foto: Anita Di Marco

Referências: 
https://abrates.com.br

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Ecos Imateriais | Grandes do yoga: Celeste



Prof. Maria Celeste Castilho. Imagem: yogapelapaz.blogspot.com.br
 São tantas as pessoas que têm influência na nossa vida e nas nossas escolhas – familiares, professores, amigos - que querer mencionar todos eles seria correr o risco de deixar algum nome para trás, porque se o coração guarda e agradece, a memória nem sempre consegue. Vou citar, então, alguns nomes que tiveram influência não só na minha, mas também na trajetória e difusão do yoga no Brasil, como um todo. Alguns já se foram e outros estão bem atuantes. São pessoas de quem tive o privilégio de ser aluna ou com quem travei conhecimento em seminários, congressos e cursos, ao longo de minha ligação de mais de 30 anos com o yoga. Falo, portanto, de pessoas que admiro, respeito e a quem agradeço pelos ensinamentos, convívio e exemplos, como o sábio e amoroso professor José Hermógenes, a sempre sorridente Maria Celeste Castilho; o querido e suave Shotaro Shimada; a pioneira Maria Helena Bastos Freire; o sempre disponível Marcos Rojo e a amiga do coração Márua Pacce, entre outros.
Salão das aulas práticas de yoga no curso da FMU-SP.
Como já falei algumas vezes do professor Hermógenes, que sempre me trouxe grandes inspirações e lições (Ver Ao Mestre Hermógenes, com carinho; Yoga e Transformação Real ; Vida & Yoga | Professor Hermógenes), vou falar um pouco da professora Maria Celeste Castilho (Monte Verde-MG,1923 – São Paulo-SP, 2016). 
Conheci, pessoalmente, a professora Celeste quando fazia pós-graduação em Yoga, na FMU em São Paulo. Magrinha, lépida e sem se apresentar, ela foi entrando no salão/quadra (tínhamos aula em um grande salão multiuso, adaptado para a prática) e, bastante ágil, subiu em uma mesa de pingue-pongue, sentou-se em posição de lótus e aguardou. Todos nós, acomodados no chão sobre os colchonetes, também aguardamos enquanto Marcos Rojo, coordenador do curso, apresentava a professora convidada para aquela aula especial. 

Já com mais de 80 anos, Maria Celeste era impecável em suas aulas, sempre nos mostrando prós e contras de um asana mal feito e de uma respiração errada, nunca esquecendo de mencionar a filosofia por trás dos asanas, sempre atenta para prevenir e minimizar qualquer desconforto dos alunos e sempre alegre, esbanjando sorrisos e incentivos. Com seu indefectível coque, sorriso franco e olhos brilhantes, a mineira de Monte Verde foi uma das pioneiras do yoga em São Paulo e, talvez, no Brasil, cativando a todos. Faleceu há pouco mais de um ano, em 29 de março de 2016, depois de sobreviver (duramente) a grandes perdas na vida pessoal. 
Celeste e Hermógenes, no evento Yoga pela Paz, SP, 2011. Imagem: namaskaryoga
Celeste descobriu o yoga, na década de 1950, ao folhear um livro do marido. Costureira na época, ela já sentia desconforto na coluna, em função do tempo e da posição exigida para aquela atividade. Começou a praticar os movimentos que via nas páginas do livro, diminuiu seu desconforto e nunca mais parou. Como o marido praticava judô na Academia Shimada, Celeste começou a frequentar aquela academia e logo juntou-se ao professor Shotaro Shimada, outro pioneiro do ensino do yoga em São Paulo. Lá mesmo iniciou sua prática profissional.

Durante décadas, a professora deu aulas de yoga em vários clubes na capital paulista (Jóquei Clube, Pinheiros, Harmonia e Paulistano); tinha grupos também na sua própria casa, além de aulas esporádicas na FMU. Alguns alunos a acompanharam por 50, 60 anos.... Admiradora confessa do professor José Hermógenes, outra referência na área, chegou a participar de um grupo especial organizado pela Academia Hermógenes para viajar e aprender com mestres de yoga da Índia. Em suas aulas, nós a ouvíamos falar maravilhada dessas viagens, do silêncio, das práticas, das vivências e do encontro singular que teve com Sathya Sai Baba.  
 A longeva professora discordava daqueles que diziam que yoga só se destinava aos mais jovens, dotados de corpos saudáveis e belos. Na prática, demonstrava que yoga era para todos, dizia que “...perfeição é aquele ponto que cada um, dentro de si, pode alcançar. Apenas isso”. 
Sob o Sol de Celeste. Livro lançado em 2012.
Nos últimos anos de sua vida, viveu reclusa pela perda de três filhos e de suas reservas financeiras, fruto da desonestidade de pessoas próximas. Para ajudá-la, financeiramente, antigos alunos e amigos reuniram-se para fazer aulas com os CDs que ela havia gravado e se uniram para escrever a biografia ‘Sob o Céu de Celeste’ (Riemma Editora), onde Celeste afirmava ser o yoga a grande dádiva divina que a ajudara a enfrentar os desafios de sua vida. Celeste escreveu ainda um livro de yoga para crianças, o “Rata Yoga”, que ajuda a moçadinha a se divertir e aprender yoga a partir das aventuras da personagem. 


Ainda hoje guardo comigo seus toques, dicas e ensinamentos, sobretudo a sua perfeita definição do yoga - dádiva divina. Porque embora tenha surgido na Índia, o yoga é um presente daquele país para toda a humanidade. Que saibamos aproveitar e ser gratos por esta dádiva. 
Om Yoga, Maria Celeste. Namastê!

http://yogapazeluz.blogspot.com.br/

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Ecos Culturais | 500 anos da Reforma em sete atos



Saber História é muito bom. É essencial, como sempre afirmaram filósofos, historiadores, antropólogos e tantos outros. É fundamental para entendermos nosso tempo e  sua relação com fatos do passado, percebermos perspectivas outras, estabelecermos cotejo, abrirmos nossos horizontes, refletirmos e apreendermos o que está por trás dos acontecimentos de forma ampla e não a partir, unicamente, do nosso ponto de vista, ou do ponto de vista de quem conta a história.
Sim, porque ponto de vista é a vista a partir de um ponto. É vital, portanto, ter outras visões. Visões a partir de outros pontos, pontos de vista diferentes. 
 Estátua de Martinho Lutero com a Bíblia aberta  (1821). Praça do Mercado de Wittenberg, Alemanha. 
 Hoje, abordo aqui o tema da Reforma Protestante e as celebrações pelos seus 500 anos, já que em 2017 comemora-se o quinto centenário do movimento. 
O que foi a Reforma? Sabemos, de fato, seu significado e como se deu? Ou apenas nos lembramos, vagamente, daquilo que lemos há tempos nos livros escolares? Ou, pior ainda, com nossos parcos conhecimentos, nos encrespamos como gatos ameaçados sempre que ouvimos falar no tema?
Vou tentar sintetizar o máximo possível. Quem quiser mais informações poder pesquisar nos bons livros ou começar nos endereços abaixo.  
  Cenário 01: Wittenberg, Alemanha, outubro de 1517.  
A partir de seus estudos da Bíblia, o alemão Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano, professor e doutor em Teologia, contestou algumas práticas da Igreja Católica Romana. Após ler atentamente a Bíblia, encantou-se com os escritos de Paulo e percebeu que os homens poderiam aproximar-se de Deus sem intermediários, graças à própria fé; que era preciso acreditar na misericórdia de divina; que pecados não podiam ser apagados, como era comum na época, com a compra de indulgências e que a Bíblia era a única referência da Verdade. Assim, Lutero alegava que todos deveriam ter acesso direto à Bíblia, não em latim ou hebraico, mas em sua própria língua. Criticava os abusos da autoridade papal, colocando em dúvida a tese da infalibilidade do papa e clamava por uma profunda reforma geral na moralidade religiosa e pública. 
Inicialmente, o contestador Martinho Lutero falava disso apenas em suas aulas de Teologia, mas, ao pretender discutir abertamente os temas, acabou chamando a atenção da Igreja.    
Catedral de Wittenberg, na Saxônia, Alemanha, onde Lutero teria afixado suas 95 teses.
 Em 31 de outubro de 1517, reuniu seu pensamento em 95 teses ou cartas, como era de praxe quando se queria discutir algo. Alguns historiadores discordam do fato de que ele teria colado suas teses em um cartaz na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha. O fato é que, com a imprensa nascente, suas teses foram logo copiadas e espalhadas pela Europa. Suas colocações buscavam retomar a proposta e o espírito original do Cristianismo, propondo uma fé vivida na vida comum. No entanto, em função de seus questionamentos, Lutero acabou contradizendo os poderosos da época: o Imperador Carlos V e o Papa Leão X. Resultado: foi excomungado pela Igreja e declarado fora da lei pelo soberano. 

Era o início de uma revolução religiosa, histórica e cultural, um cisma entre católicos e protestantes que mudou a Igreja, a Alemanha e o mundo. Era o início de uma nova era. Historiadores chamam a atenção para o fato de Lutero não ter sido o único reformador do período, citando outros como Ulrich Zwinglio e João Calvino. Alegam também que a reforma seria um movimento bem mais amplo do que a chamada 'Protestante', lembrando o momento vivido com a transformação promovida pelo Renascimento, através de figuras do porte de Leonardo da Vinci e Maquiavel.    

Cenário 02: Play Mobil lança bonequinho de Lutero, fevereiro 2015.
Fev. 2015. A empresa PlayMobil lança 34.000 peças do Pequeno Lutero. Imagem: dw.com
Apaixonada por PlayMobil, desde o tempo em que meus filhos eram crianças, fiz um post sobre o lançamento do boneco de Martinho Lutero, ocorrido em 2015, já antecipando as comemorações dos 500 anos da Reforma. Nas primeiras 72 horas as 34 mil peças produzidas se esgotaram. Ver aqui.

Cenário 03: Documentos de Lutero declarados Patrimônio Mundial, março 2016.

A Unesco declarou como Patrimônio da Humanidade os documentos de Lutero, entre eles cartas, um cartaz contendo as 95 teses e um exemplar da edição da Bíblia em hebraico. Na justificativa lê-se que “os documentos  mostram como um impulso religioso conseguiu desencadear um profundo processo de transformação. Tal movimento teria mudado a religião, a política, a sociedade e a cultura, através de uma nova forma de divulgação midiática, a impressão.” 
A propósito, a lista de Patrimônios da Humanidade inclui vários documentos considerados como um tipo de memória digital da humanidade: autênticos, de relevância internacional, únicos e insubstituíveis. A lista inclui desde partituras de compositores famosos aos diários de Anne Frank.

Cenário 04: Lançada edição revisada da Bíblia de Lutero, abril 2016
Castelo de Wartburg, onde Lutero traduziu a Bíblia para o alemão. Imagem: DW.
Depois da excomunhão, Lutero abandonou a ordem agostiniana, casou-se e já como herege iniciou, no castelo de Wartburg, a tradução da Bíblia para o alemão, para ampliar o acesso ao livro sagrado. A primeira edição do Novo Testamento em alemão foi lançada em 1522, quando o reformador contava 39 anos. Doze anos depois, seria lançada a versão completa da Bíblia. Com impressionante estilo linguístico, Lutero ajudou a moldar a língua alemã, unificando dialetos regionais e colaborando com o desenvolvimento de uma identidade nacional.
Em 2016, foi lançada a mais recente edição da Bíblia de Martinho Lutero em alemão, a quarta ao longo dos séculos, depois de dez anos de preparação e revisão e de um trabalho que envolveu 70 teólogos.   

Na edição especial, há ainda páginas adicionais descrevendo a vida do reformador e tradutor da Bíblia, além de preâmbulos das primeiras edições. A edição, também disponível em formato digital, conta com várias versões de capas, criadas por artistas e celebridades daquele país, sempre com o intuito de provar que este é um livro central na vida de todos. 
Cenário 05: Lund, Suécia, outubro de 2016
O presidente da Federação Luterana e o Papa Francisco. Segundo a DW, a Federação Luterana mundial reúne, hoje, 145 igrejas em 98 países e mais de 74 milhões de pessoas. Imagem: http://www.dw.com
Em outubro de 2016, ao lado de líderes luteranos e do casal real da Suécia, o sempre admirável Papa Francisco, nascido Jorge Mário Bergoglio (1936, Buenos Aires) participou de uma cerimônia ecumênica para marcar o início das comemorações da data. A declaração conjunta assinada pelo papa e por Munib Younan, presidente da Federação Luterana Mundial, dá o tom do evento: "O que nos une é maior do que o que nos separa".   (1)  

[Pausa para respirar, agradecer e aplaudir com o coração.] 

Sem dúvida, a capacidade de diálogo do papa Francisco é tamanha que levou a jornalista da DW Astrid Prange a afirmar que se Lutero voltasse hoje para comemorar a data, “certamente se entenderia melhor com o papa Francisco do que com os pontífices de seu tempo”. Destaca a jornalista que, apesar de suas falhas, como seu conhecido antissemitismo, Lutero era corajoso, combativo e fiel à sua consciência. Salienta que suas teses pressionaram a Igreja e abriram caminho para o Iluminismo, para a liberdade religiosa e para a tolerância. Ela continua: 

“Se ele [Lutero] soubesse que Francisco homenageia a Reforma junto a protestantes justamente no dia 31 de outubro, na Federação Luterana Mundial em Lund, na Suécia, ele gostaria de estar entre os convidados. Talvez ele se arrependesse amargamente de, certa vez, ter chamado o papa de anticristo. Pois este pontífice também é corajoso e quer reformar a própria Igreja.” (2)

Em seu sermão, na catedral de Lund, os líderes cristãos pediram perdão à humanidade pelas mortes causadas a partir da divisão da Igreja. Conta a História que, com o início da Reforma, vários conflitos religiosos se espalharam pelo mundo, como a sangrenta Guerra dos 30 Anos (1618 a 1648) e as diversas punições, mortes e deportações daqueles que rejeitavam a fé luterana. Os dois líderes afirmaram que “recusam energicamente todo o ódio e toda violência, passada e presente, especialmente a cometida em nome da religião" (3).
  
 Cenário 06: Alemanha e Brasil, abril 2017.     
Em conjunto, Brasil e Alemanha lançam um selo e um carimbo em comemoração à data. Os selos trazem o retrato de Lutero e a frase "No princípio era a palavra", nos respectivos idiomas. A concepção do selo é da designer alemã Antonia Graschberger, de Munique, também responsável pelo carimbo com a Rosa de Lutero, símbolo que ele usou, a partir de 1530, para autenticar suas cartas e obras.  
Em 1983, os Correios do Brasil já haviam lançado um selo alusivo aos 500 anos do nascimento do reformador.  

Cenário 07: Vaticano, abril 2017.
Estátua de Lutero inaugurada no Vaticano. Imagem: pt.radiovaticana.va
O Papa Francisco vem enfrentando reações violentas e críticas mordazes vindas de dentro da própria Igreja, em função de muitas de suas ações e discursos em defesa dos mais pobres, em prol da humildade, da tolerância, da ética e da Verdade. As críticas recrudesceram depois da inauguração de uma estátua de Martinho Lutero, no salão de audiências do Vaticano. Sábio, humilde, generoso e fiel aos ensinamentos originais do Cristianismo, à pergunta que lhe fizeram sobre quem são melhores, se católicos ou protestantes, o admirável papa Francisco respondeu, simplesmente: "Melhores somos todos juntos". (4)

Juntos. Todos nós, de todas as religiões, cada um com seu Deus, com sua crença e seus ritos, como demonstram as recentes visitas e encontros do papa com outros líderes religiosos do mundo. Ele sabe, como muitos de nós, que só a tolerância, a caridade, a verdade, o respeito ao outro e o amor, ensinamentos de mais de 2000 anos, são os denominadores comuns que salvarão a nossa humanidade dela mesma. 
 
Vídeo 1:Lutero e a revolução religiosa do século XVI 
Vídeo 2: Saxônia, a região de Lutero   

Notas:
(1-3-4)  http://www.dw.com/pt-br/papa-participa-de-celebra%C3%A7%C3%A3o-da-reforma-protestante/a-36215048 
(2) http://www.dw.com/pt-br/opini%C3%A3o-precisamos-de-um-novo-lutero/a-36213919 

Referências: 
http://www.dw.com/pt-br/dialeto-sax%C3%B4nio-a-l%C3%ADngua-de-lutero/a-1680802 
http://www.dw.com/pt-br/nova-vers%C3%A3o-da-b%C3%ADblia-de-lutero-%C3%A9-lan%C3%A7ada-na-alemanha/a-36122024
http://www.dw.com/pt-br/martinho-lutero-o-monge-que-revolucionou-o-mundo/a-36213487
https://www.deutschland.de/pt/topic/vida/sociedade-integracao/500-anos-da-reforma-protestante
http://www.dw.com/pt-br/nas-pegadas-de-martinho-lutero/g-35934521