terça-feira, 28 de junho de 2016

Arte & Cultura | Camarote 21



Logomarca do programa: Imagem: dw.com

Outro dia, mencionei aqui no blog Anita Plural uma reportagem e entrevista feita com o arquiteto brasileiro Paulo Mendes  da Rocha, transmitida pelo Programa Camarote 21 aqui .

Camarote 21 é um programa cultural produzido pela Deutsche Welle-DW Brasil; é uma lufada de ar fresco nessa nossa TV tão pequena, tão rica em técnica mas tão pobre de conteúdo.  

Iniciado no final de 2014 e gravado na Alemanha, o programa é reapresentado pela EBC – Empresa Brasil de Televisão aos sábados, às 17 horas, pela ótima TV Brasil, que conta com uma série de bons programas. 

Camarote 21 traz aspectos da cultura contemporânea, no mundo todo e também do Brasil, em diversas áreas e manifestações: música, cinema, pintura, dança, literatura, artes plásticas, arquitetura, etc. Os textos são leves, informais, claros e saborosos, despertando o interesse do espectador. Não há necessidade de ser um iniciado naquele campo artístico específico para entender as reportagens, apreciá-las e, quem sabe, se aventurar em novas pesquisas e buscas para aprender mais.

Ponto para a EBC. Ponto para o Camarote 21. Ponto para cultura. 

Referências:

domingo, 26 de junho de 2016

Arte & Cultura | Santo Violão




Sempre gostei de música - dançar, ouvir, cantar e até tentei aprender a tocar um instrumento.
Embora aprecie muitíssimo flauta transversal e outros instrumentos de sopro, nunca tentei aprender nada do gênero, exceto piano (explico abaixo) 
Bateria, nem pensar...  
Dos instrumentos de corda, tentei o violão; e mais de uma vez. Comecei aos 12 anos, mas não por muito tempo. Depois voltei ao instrumento aos 17, mas também por pouco tempo. Acho que dois anos foi meu prazo máximo. Tocava e cantava, mas aquilo não era para mim.
Anos depois, tentei piano. Para minha tristeza, fiquei só por um mês na aula, mesmo amando seus sons e possibilidades. No entanto, sou bastante consciente das minhas limitações e, ademais, não é possível achar tempo suficiente para estudar e praticar música, de fato, quando se tem outra profissão. 
Desisti de aprender qualquer instrumento, por absoluta inaptidão, mas nada me impede de curtir a boa música e bons profissionais como Andres Segovia, Paco de Lucia e os brasileiros Yamandu Costa, Paulinho da Viola, Djavan, Baden Powell, Geraldo Azevedo, Almir Sater, João Gilberto, Toquinho, Egberto Gismonti...e tantos outros. Hoje falo de Robson Miguel
 
Robson Miguel. Imagem:vivabrasil.info
O brasileiro paulista natural de Santo André, Robson Miguel, é considerado um dos maiores violonistas da atualidade. Toca MPB, Jazz, Blues, Rock, Samba, Choro, Bossa Nova e Clássicos, sempre com a mesma desenvoltura. É fundador da Orquestra Sinfônica de Santo André, no ABC paulista, fundador, maestro e arranjador da Orquestra Sinfônica Kalein de Madrid. Criativo e estudioso, consegue extrair de seu violão sons inconfundíveis, como nos vídeos abaixo: 

 
- Aquarela do Brasil" de Ary Barroso, onde imita a cuíca e o pandeiro. 
No youtube- https://www.youtube.com/watch?v=vLDKAovyPPc  
   
- "Tema da Vitória do Ayrton Senna” - https://www.youtube.com/watch?v=X_51bD0Y3-A  

 
 - “O Trenzinho do Caipira" de Villa Lobos, onde imita o som de um trem Maria Fumaça - https://www.youtube.com/watch?v=OMTi5tEvWc4 
  
Referências: 
http://violaomestre.blogspot.com.br/p/grandes-violonistas.html 
http://www.robsonmiguel.com.br/bioP.html

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Línguas & Tradução | Gregory Rabassa


Gregory Rabassa. Imagem:washingtonpost.com
 
Outro grande tradutor recém-falecido foi o americano Gregory Rabassa (1922-2016). Filho de pai cubano e mãe americana de Nova York, o jovem cresceu em uma fazenda, formou-se em Literatura e serviu na guerra, como criptógrafo. Ao decifrar as mensagens, dizia que "tinha que traduzir Inglês em Inglês”.  Estudou Português e Espanhol na Universidade de Colúmbia.  


Suas traduções, a partir da década de 1960, introduziram grandes nomes da literatura latino-americana no universo dos leitores de língua inglesa: nomes como Gabriel Garcia Márquez (1927-2014), Prêmio Nobel de Literatura de 1982; Mario Vargas Llosa (1936), Prêmio Nobel de Literatura de 2010 e o, também premiado, argentino nascido na Bélgica, Júlio Cortázar (1914-1984), de quem Rabassa se tornou amigo e interlocutor.  De Cortázar trabalhou no romance Jogo de Amarelinha (Rayuela em espanhol e Hopscotch em inglês), ganhando por esta tradução o prêmio National Book Award

Traduziu “Cem anos de Solidão” (One Hundred Years of Solitude), de Gabriel Garcia Márquez. Ao elogiar seu trabalho, Garcia Márquez afirmou ter sido Rabassa o único tradutor (dos 21 profissionais que traduziram seu livro para outras línguas) que entendera, de fato, o que o autor queria dizer, sem precisar de nenhum contato extra para inserir explicações ou notas. Além dessa obra, do colombiano Garcia Márquez, também traduziu O Outono do Patricarca (The Autumn of the Patriarch); do peruano Mário Vargas Llosa, traduziu Conversa na Catedral (Conversation in the Cathedral) e do nosso Jorge Amado, traduziu Capitães de Areia (Captains of the Sand).   


 

Em 2001, Gregory Rabassa recebeu o prêmio da PEN American Center pelo conjunto da obra por contribuições à literatura hispânica. Em 2006 recebeu a National Medal of Arts. Como método de trabalho, não lia a obra a ser traduzida, mas traduzia enquanto ia lendo o livro pela primeira vez. Dizia ele que, desta forma, criava algo novo e natural.  

Referências:
https://www.washingtonpost.com/local/obituaries/gregory-rabassa-translator-of-latin-american-literary-masterworks-dies-at-94/2016/06/14/bb11e1cc-3242-11e6-8758-d58e76e11b12_story.html